domingo, 10 de abril de 2011

Desafios na construção de um currículo de História

GF DE HISTÓRIA: DESAFIOS NA CONSTRUÇÃO DE UM CURRICULO DE HISTÓRIA

A destruição do passado – ou melhor, dos mecanismos sociais que vinculam nossa experiência pessoal à das gerações passadas – é um dos fenômenos mais característicos e lúgubres do final do século XX. Quase todos os jovens de hoje crescem numa espécie de presente contínuo, sem qualquer relação orgânica com o passado público da época em que vivem. Por isso os historiadores, cujo ofício é lembrar o que os outros esquecem, tornam-se mais importantes do que nunca no fim do segundo milênio.
E. Hobsbawn, Era dos Extremos.

Na era da descartabilidade, o passado vira fumaça. Como fica nossa identidade sem passado? E como fica nossa cidadania sem identidade?
As Diretrizes Curriculares da SME, partilhada com os educadores da rede municipal de ensino de Campinas em 2010, definem o currículo como “um processo vivo/dinâmico e que está em permanente construção”, não devendo “resultar num rol de conteúdos, mas sim em um conjunto de experiências e práticas de professores e alunos” (pg.117).
Durante o corrente ano de 2011, foi-nos proposta a continuidade da discussão e construção das Diretrizes nas estratégias para sua implementação, na explicitação dos conteúdos e discussão sobre métodos e avaliação. De fato, trata-se de uma necessária continuidade pois não seria de boa lógica explicitar conteúdos, métodos e avaliação sem termos fixado minimamente os objetivos que almejamos atingir.
Mas, essa etapa necessária já cumprida não elide os desafios que o ensino de história nos coloca para a elaboração curricular. Não basta termos claros os objetivos a atingir e nem os ricos conteúdos e métodos eficazes que vamos aplicar para atingi-los, pois o processo de ensino/aprendizagem acontece num diálogo. Portanto o currículo deve ser discutido também a partir da perspectiva do aluno. Só aprendemos o que nos faz sentido. Como os ricos conteúdos da História podem fazer sentido a quem rompeu as ligações com o passado? Não bastam boas estratégias, uso de linguagens mais modernas, tornar o ensino mais prazeroso com músicas, brincadeiras e representações. Embora recursos por vezes interessantes, não são bastantes. Precisamos ir ao âmago da questão. Trata-se de uma discussão de saberes, sentidos e, sobretudo, de “experiências e práticas de professores e alunos”.
Nosso ponto de partida será portanto a discussão sobre aquela experiência de vida, apontada por Hobsbawn, do rompimento das gerações de hoje com o passado. Por que isso acontece? Como dialogar com essa experiência? O que significa o estudo de História diante dessa experiência? Como podemos ressignificá-lo? Como podemos influir, não só no aprendizado de conteúdos mas na mudança de práticas e perspectivas de nossos alunos? Como podemos aprender com eles? Certamente dessas questões podem resultar, não um currículo acabado, nova cartilha para uso dos professores, mas um currículo instigante que não nos dará sossego.
Nossa proposta é discutir com os colegas, a partir dos objetivos já elaborados, a explicitação dos conteúdos, sua relação com a realidade do aluno e as metodologias e avaliação do processo, simultaneamente, e não como tópicos estanques, etapas separadas, pois acreditamos que a todo o momento se intercalam num mesmo processo.

CALENDÁRIO DOS ENCONTROS

Eixos Temáticos Data dos Encontros
2011


Estudo/Reflexão sobre o Documento das Diretrizes Curriculares da RMEC.

Os desafios do ensino de História
História e cidadania
O que é saber em História
Práticas pedagógicas utilizadas

Explicitação dos saberes, composição das fichas, proposição de práticas pedagógicas, discussão sobre avaliação diagnóstica e continuada a partir dos objetivos construídos nas Diretrizes e das práticas utilizadas na rede.

Levantamento de temas para o 2º semestre.




Março: 31
Abril: 07

Abril: 14, 28
Maio: 05



Maio: 12, 19, 26
Junho: 02, 09, 16, 30
Julho: 07, 28


Agosto: 04


Total de horas aulas

60




Total de encontros

15
Horário dos encontros: 14h30 às 17h
Antonio Carlos Rodrigues de Moraes (Toninho),
coordenador

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